domingo, 16 de janeiro de 2011

Coisas de Mulher ou Sintomas Típicos1



Um pouco de paciência, leitores. Vai aí um pouco de Malu, na minha versão 'mulher com sintomas típicos'...

Quem de nós, seres femininos, nunca abriu o roupeiro e se deu com a ‘triste’ realidade... em meio aos aparentemente infinitos cabides que se amontoam, o que torna difícil até mesmo o manuseio, constatamos que não temos ‘nada’ para vestir. Nesse momento, a primeira frase que vem à mente é a célebre: “Meu Deus, preciso comprar roupa. Estou praticamente nua!”. A gente sabe que isso não é verdade, mas, não adianta, é mais forte que nós mesmas... algo semelhante àquela vontade de comprar três pares de sapatos do mesmo modelo, com cores diferentes, porque achamos ‘liiiiinnnddoooo’. Tudo bem, consumo consciente, sim, mas isso não inclui sapatos....

Eu sei, é muito difícil os homens entenderem. Não tem lógica – e os homens amam lógica, pelo menos quando a lógica é com a gente... eles também não são lógicos, em tantas coisas e nós não reclamamos. Tá reclamamos...essa é a nossa lógica! Reclamar, quando não gostamos. Eles, não. Silenciam. Ai meu Deus, um homem silenciado, descontente com alguma coisa. Às vezes penso que deveriam vir com manual de instruções. Tipo: em caso de silêncio profundo, por algum descontentamento indecifrável, acione a tecla tal... paciência.. não têm. Têm, mas não é disso que estou falando... Em compensação, oferecem tantas coisas maravilhosas que, deixa, é melhor deixar que sejam como são. Aceitar como são... vale a pena. Silêncio também passa. É como TPM. Cada um com seu ‘cada qual’, como dizem.

Bem.. voltando à crise diante do roupeiro. A roupa, o que veste, o que nos cobre, nos adorna, nos enfeita é algo que também nos dá significado, que nos comunica. Então,passa a ser saboroso aprontar-se, buscar o detalhe, pensar a combinação entre as peças. Também por isso é triste quando não achamos a tal blusinha que combina com a saia, ou, por uma dessas infelicidades na vida, falta um botão, no vestido que idealizamos para a situação; pior ainda, a tal meia italiana escolhida a dedo, para combinar com o verde da blusa aparece com um desfiado.. ahhh.. mas isso não pode ser.... (por isso mesmo que sempre compro duas meias iguais.. quando gosto muito e, por segurança, saio com a meia extra na bolsa, quase sempre... ).

Tudo isso pode parecer fútil, mas não necessariamente é. Eu costumo dizer que tudo, em Comunicação, tem que ser pensado como uma obra de arte, uma obra que preparamos para ‘entregar’ para o Outro. Então, porque teria que ser diferente com a produção visual do nosso próprio corpo. Observem que não estou falando de valorização de marcas pré-fabricadas, mas de valorizar a preparação, a produção de visuais, segundo a ocasião, a motivação mesma....quer dizer, para que situação e para quem estamos nos aprontando.

Faz muita diferença, então, se essa produção é pra nós mesmas, para uma situação profissional ou para um encontro com nosso amor, por exemplo. De qualquer modo, em todos os casos, é preciso investimento desejante e comunicacional. Por menos tempo que se tenha, vale a pena cuidar aqui e ali, para compor um visual que agrade a nós mesmas e a cada um que se aproximar. Preparar-se, para que as pessoas saibam que fizemos isso com alegria. Aí vale a máxima do desejo: aprontar-se para a alegria do encontro com quem amamos... já é satisfação. Como disse Maria Rita Kehl: “ A alegria de desejar depende de uma certa dose de experiências de gratificação, que permitam esperar que esse lugar externo, para onde se espraia a fome do mundo, possa ser algum lugar de onde possa vir algum tipo de prazer”. Quer dizer..esperar acreditando, 'se achando', como diriam meus alunos ou meus filhos...já é um bom começo. Assim, você trata melhor quem está por perto e se sente também melhor...'jogo bom', portanto.

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