domingo, 26 de junho de 2011

Força e choro...



Eu faço tanta força para viver, fazer o que tem que ser feito... Visto-me de muralha, ser sujeito prático operacional. Vetor racionalidade, pra suportar as intempéries. Tudo tão necessário. Seguir sozinha, em tantas situações... chefe de família. Encaro as coisas como tem que ser. Procuro vê-las como são. Não tenho mais tempo para viver sonhando apenas. Eu faço o meu dia. Eu faço e aconteço, ao menos no que me cabe. No que não me cabe, provoco.. se não acontece, eu sigo. Não páro. Realmente, me constituí uma pessoa forte. Uma mulher forte.

Só que, às vezes, quando olho uma filha chorando... ao se distanciar de mim...me ‘des-monto'... 'des-ando'.. 'des-águo'.. num choro frouxo, que parece um pranto que verte também por todas as situações em que não me permiti chorar...é como se aquela expressão no vidro do ônibus acionasse a menina em mim...Então, eu também me permito chorar. Permito ‘me ameninar’...embora isso tenha acontecido cada vez menos...por motivos vários.

A vida é muito linda, mas também é muito exigente... emoções à prova o tempo todo... Eu sou, sim, uma fortaleza humana, mas também sou frágil, também sento e choro ou, mesmo, choro caminhando, onde estou. "Que me vejam...", penso. Às vezes, o meu choro é a minha verdade. Como hoje. É o que me lava, é o que me leva para um outro lugar, para uma nova condição. O sofrimento também vai forjando uma outra Malu, mais forte. Desse jeito, assim emocionada... mesclando a força e a choro... a alegria e o riso... me derramando em lágrimas e alegrias , eu sigo...