domingo, 23 de janeiro de 2011



AMORAMIZADE E SUAS MA-LU-‘QUIS’-CES

O amor precisa ser calmo, precisa ajudar a dar paz, a resgatar a sensação de plenitude, de aconchego, de confiança plena, de possibilidade de desnudamento, pleno, sem medo, sem constrangimento. Substrato amoroso. Eu acredito nisso. Meu Deus, como eu acredito nisso. Daí que o amor tem que ser também amoramizade, pra suportar os apesares de... pra garantir que a ‘corda não arrebenta’ no primeiro defeito, nem no segundo, nem no centésimo. O amoramizade é desmedido, mas não é idealizador. O amoramizade aceita, não idolatra, não endeusa. No amoramizade, o laço é firme e o fluxo intenso, sempre... nesse laço, o amor se solta, se permite. O grande risco é ser amado e ser feliz. Só isso.

O amoramizade tem que ser também amorosamente sexual. Tem que ter ‘pegada’, pulsão avassaladora, daquelas que nos arrebatam na porta e parecem que nunca vão passar. Amor sem isso também não tem graça. O amor tem que ter gosto de ‘deliciamento’ no outro, sem restrições, sem constrangimentos. Amor sem conta, sem tempo, amor que reinventa os lugares, meio que encantando os cantos onde o amor se fez.

Ah.. o amoramizade sexualmente amoroso não se desfaz, a não ser pela diminuição de desejo e, mesmo assim, ele não é aniquilado. Ele adormece, por um tempo, vai embora, se aquieta por momentos, até que, em um dado instante ou dia, seja reacendido, por um estopim qualquer... um olhar, um riso, as mãos que se encontram, o roçar de pele...aí.. o amoramizade deliciosamente sexual se reacende e preenche a vida e parece mágica e apaga toda a ausência, destrói memória, orientado apenas pela pulsão amorosa. Literalmente... ‘ma-lu-quis-ce’.

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