quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

SAMBA QUE TE QUERO SEMPRE MAIS!

Compromisso com o samba! Com essa expressão eu fui ensinando meus filhos que, nós, brasileiros, sujeitos vivos e alegres, temos compromissos com o samba. O samba é, na verdade, uma filosofia de vida. Não fui eu que inventei isso. O samba é o movimento do corpo, regido pela pulsão interna do ritmo marcado pela percussão. Bah.. forte, atiçador de dentro. Samba é como tesão. Nas suas variações, vai existindo e mexendo com a gente e o resultado, se nos soltarmos, é gozo, prazer, alegria. Assim também é o samba! Por isso, sambar é muito bom!

“Quem não gosta de samba bom sujeito não é. É ruim da cabeça, ou doente do pé”. Penso que a frase é forte. Lida rapidamente, analisada como fala isolada talvez soe mal. Acredito, no entanto, que existem bons sujeitos que não sabem sambar. Sambar não é pra todo mundo, exige capacidade de requebrar e ousadia de mexer o quadril e coordenar o corpo na cadência ritmada do samba. Além disso, ainda há a coordenação entre as pernas que vibram, a respiração que oscila, a ginga que atiça, atiça...o samba provoca a sensação de vontade de sambar mais, mais e mais...Samba é, sem dúvida, sensual, muito sensual. Mas de uma sensualidade mestiça...de qualidade ímpar. Eu diria que saber sambar ...já é meio caminho andado, se é que me entendem.. risos.

Assim, gostar de samba faz diferença. Mesmo que o sujeito seja tímido, ainda não tenha desenvolvido o ‘molejo’ de sambista, ao ouvir o samba, ele sorri, altera os humores internos, consegue sentir a pulsação da percussão. Pulsa diferente, porque o samba ferve a gente, excita e relaxa ao mesmo tempo, produz alegria pela própria pulsação, pelo ‘processo’, eu diria (risos).. da ‘coisa’ em si...

Uma vez, numa praia italiana chamada Cesenático, ao ouvir o som da música brasileira em um bar, decidimos parar ali e acabamos começando a sambar. O bar começou a encher, porque os italianos ficaram encantados com o grupo sambando. Éramos dois adultos e duas crianças... Observei que eles ficavam encantandos com o movimento e a tranquilidade com que fazíamos isso. Sorriam... também atiçados...Em um determinado momento, um italiano mais ousado (quase uma redundância, porque, em geral, eles são ousados, deliciosamente ousados) veio conversar comigo. Elogiou, elogiou meus dotes de sambista e, depois, me perguntou quantos filhos eu já tinha...insinuando a relação entre samba e sexo... eu queria matar o italiano (na verdade não valia a pena, era um italiano lindo.. esse também é um traço do homem italiano.. há muuuuiitttooos homens lindos. Chega a ser um problema... risos...). Bom, mas na época eu estava casada.. meu marido ali sambando comigo e o tal italiano lindo me perguntando aquelas coisas...
Por fim.. eu entendi a relação... a lógica... a situação é que foi estranha.

Bom.. agora estamos em um tempo de samba à flor da pele. .em função da proximidade do carnaval.. eu continuo sambista.. com compromisso com samba... Vamos sambar???

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