domingo, 6 de fevereiro de 2011

Encontro de leoas3



Malu: E então? Dona Maria Luiza, o que me diz do rumo dos acontecimentos?

Maria Luiza: Hum, se você vem puxar assunto é porque tem carta na manga...tá o que você quer? Já sabe que não ando lá com o humor em alta... só aquele natural de instinto de sobrevivência. Então desembucha!

Malu: É que eu acho uma graça, a senhora andando de ‘coleira’ por aí, nesse calor.

Maria Luiza: Isso não é uma coleira, é um colar para a coluna. De vez em quando eu preciso, em tempos de ‘muuuittta tranquilidade’...período que é praticamente um ‘spa’(tifei) na curva, digamos assim. Uma delícia....realmente... meu sonho de criança....

Malu: Então, se me ouvisse mais... não precisaria viver de ironia.

Maria Luiza: Se te ouviiiissseeee mais?!? Ah tá, agora você pirou de vez. Se eu te ouvisse mais aí eu estaria internada ou no fundo do rio. Digamos que eu sobrevivo a você. É o máximo que consigo...Por enquanto só estou com um colar para a coluna. Se você continuar agindo daqui a pouco vou me amarrar... bem, você sabe, isso já aconteceu uma vez.

Malu: Sim, risos.. patético.. estávamos indo para a Unisinos. De trem. No estilo de sempre...Malu Maria Luiza e seus lenços italianos e bolsas atravessadas, mais pastas com materiais dos alunos.. mais sacolas com compras no centro. Passamos para comprar o nosso perfume aquele, que não revelamos o nome nem sob tortura. Aquele que é a marca da Malu.

Maria Luiza: Minha marca também, minha cara.. minha também...perfume francês dos melhores.

Malu: Claro, claro, ainda não chegamos ao ponto de conseguir diferenciar os eus através dos perfumes. Além disso, talvez seja um dos únicos pontos em que concordamos...o perfume esse.

Maria Luiza: Sim, porque no restante não dá pra chegar a um acordo contigo...

Malu: Tá não começa reclamar.. mas aí...entramos no trem, lotado, como sempre. Sentamos depois de um tempo e quando chegamos na estação da Unisinos.. pimba! Era tanta coisa...lenço, pasta, sacola e tudo.. que tínhamos nos amarrado... os braços estavam presos. Você, ‘sensata como sempre’ optou por levantar, como se nada tivesse acontecido. Claro, ninguém ia pensar que uma criatura tinha conseguido amarrar a si própria com lenços e bolsas. Saímos e, depois, encostadas num pilar... fomos, discretamente, desatando os nós de nós mesmas (os que podiam ser desatados, é lógico, porque os internos.. ah.. esses são mais complexos)....Hilário. Conclusão óbvia: por isso eu tenho uma coleção de lenços italianos. Em casos de muuuuitttaaa loucura, extrema mesmo, você pode me amarrar.

Maria Luiza: Sim, então, vou te amarrar todos os dias, de manhã bem cedo. Hum.. será que também dá pra amarrar cérebro? Assim você não teria mais essas ideias malucas que tem.. e me deixaria planejar a vida mais serenamente, mais racionalmente, apenas orientada pelo motor operacional.

Malu: Ah... sei. E você acha que ia ser feliz assim? Sem minhas maluquices?

Maria Luiza: Não, penso que não. Mas a vida seria mais calma, sem tantos sobressaltos... eu estou buscando paz no coração e você é um vulcão! Não combina. Eu tenho que focar no trabalho e você vive de amorosidades...vive rodeada.

Malu: Vivo rodeada, não. Você sabe que tenho foco, nesses assuntos. São amorosidades diferentes. Nem vem...

Maria Luiza: Bah.. quando escolhe um foco, aí é pior... vamos deixar pra outro dia a sequência da conversa. Agora chegou num ponto em que não há acordo messsssmooooo.

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