E de repente, ela olhou do lado e sentiu um profundo
amor por cada detalhe, a flor da toalha, o enfeite trazido de uma viagem, a
lembrança que ganhou de um amigo.... tudo, cada coisa, passou a ser uma
imensidão de expressão de felicidade.
Tá doida, santa? Ela sempre foi assim! Assim meio
encantada com o mundo, com as coisas, todas... inebriada da vida, meio ‘amalucada’.
Não, agora é diferente! Parece que, finalmente, as
coisas estão voltando para o lugar, dentro dela. O tempo é sábio. O
amadurecimento espiritual ajuda muito a compreender as teias-tramas da vida! Talvez
porque não há mais resquício de mágoa, talvez porque as feridas sararam, talvez
porque ela entendeu que as coisas são como são, mesmo que não compreenda
bem os motivos... Percebeu, também, que há profundas camadas de verdade, que subjazem em
mares e marés, e nas tempestades tantas, que, às vezes, tiram tudo do lugar...
Ela, então, levanta o olhar e encontra um barco, que
ganhou de uma aluna querida da UFAM, Taciana é o nome dela. Sorriu, lembrando o encanto daquele momento. Taciana participava de uma oficina de Usina de Saberes Amazônicos, para fazer florescer a escrita na
pós-graduação da UFAM. Em uma tarde, ela disse: “Professora, estou fazendo
um presente para a senhora!”. À noite, chamou no facebook, e disse: “Está quase
pronto o presente!”. A professora agradeceu, enternecida, com a iniciativa dela, no sentido de fazer
algo para dar de presente, com o carinho, a doçura do gesto... No outro dia, ela chegou com
uma cuia e um barco e disse: “Aqui na Amazônia, a cuia representa a amizade, e a
gente só dá barco para quem a gente quer que volte sempre!” .
Eu nunca mais
esqueci a cena. No barco, está escrito: "Florescer Projetos".
Sou muito grata! Muito!
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