quarta-feira, 22 de maio de 2013

PARA NÃO NAUFRAGAR...

Prazos, prazos e mais prazos. Prazos despencam do teto sobre nossas cabeças e se espatifam no atropelo dos dias. Prazos de artigos. Prazos de projetos. Prazos de relatórios. Prazos para enviar trabalho para eventos. Prazos para fazer inscrição disso e aquilo. Prazos para mais uma chamada imperdível de trabalho. Prazos para fechamento de projetos e trabalhos. Prazos de clientes. Prazos para entregar os originais para publicação. Prazo das matérias jornalísticas.


Prazos meus, teus, nossos. Prazos dos filhos meus. Os prazos que me dei para fechar esse ou aquele ‘nó’ não resolvido. Os prazos que não cumpri e outros a que me antecipei. Prazos que me dei e que têm me ensinado a me (des)culpar, porque os prazos são do Universo, do Universo Maior.

Olho em volta e vejo amigos e conhecidos, todos, imersos em um mar de prazos. Talvez estejamos todos em uma outra espécie de ‘navio’... numa viagem constante para uma vida que não se sabe bem onde vai dar, qual é o ancoradouro, o porto, qual é o destino dessa gente toda se debatendo, nesse mar, para continuar nadando e ... cumprindo prazos. Bem, diante disso, para aliviar... ‘agora um poema’, trecho de O Navio Negreiro, de Castro Alves, porque me parece mais que oportuno.

“'Stamos em pleno mar... Dois infinitos

Ali se estreitam num abraço insano,

Azuis, dourados, plácidos, sublimes...

Qual dos dous é o céu? qual o oceano?...”


Nessa grande Viagem, nesse mar de tarefas, o alento parece ser a dimensão poética da existência e os laços fortes que fazemos com algumas pessoas. É o que eu chamo de substrato amoroso, de amoramizade... pra não me afogar no mar... de prazos, sem rumo, sem lógica, sem explicação. Então, para o verso do poeta, minha resposta é não importa qual o céu ou o oceano: o que importa é com quem estamos, quem viaja conosco e se dispõe a partilhar esse céu e esse mar e enfrentar as tempestades e as brisas. Assim é. Parceria sem prazo pra acabar! Amor, nas suas múltiplas manifestações!









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