quinta-feira, 26 de abril de 2012


ESPELHO QUEBRADO. CADÊ O DESEJO?
Reflexões sobre estilhaçamentos especulares da imagem jornalística

Este é o título do texto que vou apresentar no XIV Encontro Nacional de Professores de Jornalismo, no X Ciclo Nacional de Pesquisa em Ensino de Jornalismo, que acontece em Uberlândia, Minas Gerais, de 26 a 30 de abril.

O texto traz o relato da experiência de uma pesquisa realizada na Universidade de Caxias do Sul, intitulada Imagem, Sujeito e Mídia. A reflexão a ser apresentada no sábado, no Encontro nacional de Professores de Jornalismo, volta-se para a discussão da imagem dos sujeitos jornalistas para eles mesmos. Parte de questionamentos como: quem é o jornalista? Quem é esse ‘si mesmo’ que se propõe como jornalista? Qual o valor do profissional do jornalismo para a sociedade? Como essa imagem publicada e internalizada interfere nas produções jornalísticas e no desejo de realizar produções mais cuidadas, de mais qualidade?

Pretendo, com essa discussão, contribuir para a reflexão de como a formação dos jornalistas pode preparar pessoas mais conscientes do seu ofício, como algo essencialmente voltado para a sociedade, para o bem comum. Jornalismo é gênero de primeira necessidade, mas isso não diz respeito a qualquer produção veiculada pela mídia, mas a produções feitas com cuidado, com esmero e com comprometimento social.

Ser jornalista é um contador de histórias boas e ruins, que sejam de interesse social. Histórias do dia, histórias do ‘giorno’ (palavra que significa ‘dia’ em italiano), ‘giornalismo’, jornalismo. Desejo que as nossas histórias sejam contadas cada vez com mais humanidade, amorosidade e consciência de que somos seres a serviço da sociedade.

Como jornalista e educadora de jornalismo, trabalhando numa perspectiva transdisciplinar voltada à amorosidade no ensino, questiono: jornalista, você tem fome de quê? Que imagem você vê de si mesmo e que imagem você quer ver no ‘espelho’? O Ensino do Jornalismo tem que fazer sentido, pra nós e para a sociedade em que estamos inseridos. Se não respondermos essas perguntas, é difícil acionar o envolvimento intenso, desejante e comprometido, para a produção de Jornalismo de qualidade.

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