domingo, 14 de janeiro de 2018

Sobre silêncios e a escuta de si (de mim)


A escuta interior nos direciona. Quando conseguimos paz e tranquilidade para produzir essa escuta, na simplicidade e serenidade dessa paz, podemos nos conectar com boas energias, com nossos grandes mestres espirituais. Então, os caminhos se abrem, como vislumbres e indicações claras. Nem sempre o que vemos é o que desejamos, é o que gostaríamos, enquanto estamos tomados pelos ímpetos e amarras do cotidiano (ou do tempo!). Nem tudo o que se mostra indicado, nesse silêncio interno, é o que gostaríamos de ouvir, mas o que emerge nessa condição é sempre algo crucial, como recurso necessário à 'sobre-vivência', em sentido amplo!

Mesmo que contrarie nossos desejos imediatos, alguns indicadores brotam como óbvios, podem ser encarados como aqueles trechos do percurso em que temos que respirar profundamente, sentir o ar circulando e seguir, seguir, seguir... caminhar, avançar, compreendendo que a estrada é assim mesmo. Ela tem suas nuanças, suas manhas e peculiaridades. Eu sinto que tenho sido uma boa aluna da estrada. tenho aprendido a ceder, a aceitar e a renovar a disposição de seguir adiante, independentemente das intempéries, das agruras, do conjunto de ações a serem reinventadas, de trilhas a serem abandonadas e de novos rumos a serem empreendidos.

Nesse sentido, como viajantes do tempo, peregrinos do cosmo, penso que é preciso reconhecer nossa pequenez, nossa condição de elementos cósmicos ínfimos, em interação com uma Teia Maior, que nos conecta com outros seres e ecossistemas, com outros universos. A teia da vida, diria Fritjof Capra. O resultado de nossos passos interfere no todo e é por ele direcionado, porque esse todo nos perpassa constantemente, já que a ele estamos entrelaçados como 'seres-existência'. Nessa confluência de entrelaçamentos tantos, nossa tarefa é seguir, procurando semear amorosidade e bem-querer-bem, procurando praticar o autocuidado, no percurso, ao mesmo tempo em que ajudamos quem nos procura, quem nos rodeia. Isso foi sempre o que tentei, é sempre o que pretendo, apesar de todas as minhas limitações. 


Pelo que percebo, nada é sem sentido, ainda que, às vezes, não reconheçamos o sentido, no momento em que vivemos. Em muitas situações complexas vividas, eu me deparei com uma lógica maior, parece escrita num grande texto cósmico, no qual minha condição de autoria se viu sempre limitada. Alguns chamam isso destino. Eu chamo de texto teia trama da vida. Sigo tentando escrever a minha (ínfima) parte, dando a minha melhor contribuição possível. Então, vamos! Como sempre, é preciso força e coragem, cor-ação! 

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