Iniciamos
a semana do meio. A semana entre Natal e Ano Novo. É uma semana meio preguiçosa,
com a gente meio zonza ainda da pressa de dezembro e os acontecimentos do Natal.
Dezembro é um mês intenso, que prepara as celebrações do aniversário de Jesus
e, talvez por isso mesmo, atice emoções diversas, como se ‘todos’ os irmãos se
agitassem com a aproximação dos festejos do irmão mais célebre, ao mesmo tempo
mais simples, aquele que nos aproxima do Pai. Eu sigo, no meu jeito, pra
variar, refletindo...
Há
tempos eu tento entender dezembro. É sempre um mês com tragédias e com um
desassossego imenso, com as pessoas correndo, em busca de uma busca que busca e
tal. A celebração do Natal deveria nos acionar paz, serenidade, tranquilidade,
como mundo, em um resgate do que foi e é o Moço da Parede (Jesus!). Parece, no
entanto, que ainda temos muito o que aprender. O que mais tenho visto, ao longo
do muitos dezembros que vivi, são pessoas aceleradas, agitadas, nervosas,
descontentes, muitas deprimidas.
Por
sorte, convivo também com gente que tenta inventar jeitos de sobreviver
dezembro. Gente que ri de si mesmo, que opta por modos simples de estar em ‘tempo
de Natal’, mais em sintonia com o aniversariante. Não é fácil, há muitos apelos
em sentido contrário. Como tenho dito, dezembro não é um mês, mas um exercício
de sobrevivência diária. Rajadas de narrativas mercadológicas, do reino do
consumo, que nos apelam para ‘o amor’, enquanto vendem celulares, carros,
computadores, perfumes e tudo o mais. Às vezes, parece que o texto é que se
você ama, você compra. De tudo o que aprendi sobre o amor, no entanto, um dos
aspectos mais importantes é que ele não tem nada a ver com posse, propriedade,
com acúmulo de capital.
O
amor se constitui em singelezas, nas intensidades plenas de uma espécie de
substrato amoroso, que surge na convivência e no estremecimento do si mesmo, no
encontro com sujeitos e seres vários, com ambientes, com os diferentes
ecossistemas. O Amor tem várias naturezas e se nutre, especialmente, dos
entrelaçamentos vários dessas naturezas diversas. O amor também é subversivo,
porque não segue regras, nem mesmo as que pareciam consagradas. Para o amor,
por exemplo, não há tempo e espaço. Não há limites, não há fronteiras e, ao
mesmo tempo, ele mesmo, em si, em sua singularidade, delineia possíveis e
impossíveis, ainda que, mesmo assim continue ‘sendo’ amor.
Como
normalmente acontece, na ‘semana do meio’, eu aproveito para ajeitar algumas
coisas em casa, sistematizar papéis e lembranças, organizar um pouco o
ecossistema da leoa essa aqui e sua tribo de leõezinhos. Enquanto remexo papéis
e os cantos da casa, também tento remexer e organizar um pouco do mundo
interno, que também precisa de ‘arrumações’ às vezes. Mais que nunca, procuro
serenar. Aprendi que ter paz é algo também de imenso valor. Lembro a frase de
um grande amigo, que vez por outra, ecoa em mim: “Devagar, que tenho pressa!”
Texto lindo. Amorosamente escrito. Reflexão sempre. Vida.
ResponderExcluirObrigada pelo comentário, querido!Abraço!
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